São João Batista de La Salle: Um Cara Legal.

15 05 2007

La Salle

 “-Viva Jesus em nossos corações”

 

 

São João Batista de La Salle

     Era o ano de 1651. Na França, era a época do reinado do rei Luis XIV. Foi neste período que nasceu, na cidade de Reims, João Batista de La Salle, filho de Luis de La Salle – conselheiro de Luis XIV – e Nicole Moët. Era o mais velho de onze irmãos.

     Nascido numa família muito religiosa, La Salle desde cedo sentiu uma forte inclinação para o sacerdócio. Aos dez anos entrou para o colégio dos “Bons Enfants” (Bons Meninos). Foi nesta mesma época que pediu aos seus pais para ser sacerdote, obtendo o seu consentimento. Logo entrou para o seminário de São Sulpício, em Paris.

     Quando tinha quinze anos foi nomeado cônego da catedral de Reims, posição muito avançada para um menino de sua idade, mas assumida com responsabilidade. Só para ter uma idéia, do corpo de cônegos de Reims haviam saído quatro papas, 43 cardeais, 28 bispos e um santo. Estaria La Salle destinado a ser mais uma das personalidades a fazer história?





As Inovações Apresentadas Nas Exposições Mundiais

6 05 2007

    Bom, agora que todos já sabem tudo sobre as Exposições Mundiais, nós podemos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto.

    Vamos pensar juntos: as Exposições Mundiais serviam para mostrar os avanços da tecnologia descobertos pelo homem através de vários experimentos, então, logicamente, podemos deduzir que nessas Exposições foram apresentadas várias inovações em várias áreas, dentre elas maquinarias e medicina.

  Maquinaria:

•Invento maquina de escrever•Inventor Christopher Latham Sholes•Ano 1868•Importancia ajudou na producao de livros e agilizou os processos que necessitavam da escrita. 

Medicina:•Invento Insulina• Inventor Frederick Grant Banting• Ano 1922• Importancia a insulina é importante para os diabéticos, que possuem insuficiencia nas celulas do pancreas que produzem essa substancia, tendo que ser reposta atraves da injecao de insulina.

 

 

 –>Autoria de: Eu mesmo

 





Um pouco sobre: As Exposições Mundiais

5 05 2007

Para quem estava com dúvidas, aí vão informações muito valiosas sobre as Exposições Mundiais:

Exposição mundial

Exposição Mundial, Feira Mundial ou, abreviadamente, Expo, são termos utilizados para identificar variadas exposições de grande dimensão organizadas desde o século XIX. O organismo que sanciona as exposições é o Bureau International des Expositions (BIE).As feiras aprovadas pelo BIE, podem ser universais, internacionais ou especializadas, durando entre 3 e 6 meses. Adicionalmente um país pode realizar a sua própria ‘feira’ ou ‘exposição’, sem a aprovação do BIE.

Exposições universais

Uma Exposição Universal engloba temas que afectam uma vasta parcela da experiência humana, normalmente focando um período específico da humanidade. As exposições universais realizam-se com menor frequência que as exposições internacionais ou especializadas, principalmente porque são mais dispendiosas. Para as distinguir de feiras menores, requere-se que os pavilhões sejam desenhados a partir do zero. Como consequência, muitas nações competem para realizar a mais espectacular ou notável estrutura. Exemplos recentes disto incluem os pavilhões do Japão, França, Marrocos e Espanha na Expo 92, em Sevilha. Algumas vezes são usadas estruturas pré-fabricadas para minimizar os custos para as nações em desenvolvimento, ou para partilhar espaço entre países da mesma área geográfica (caso da Praça das Américas, na Expo 92).As exposições universais mais recentes foram:

O BIE decidiu apenas aprovar exposições de 5 em 5 anos, a partir do século XXI. Com as décadas de 1980 e 1990 sobrecarregadas com exposições, muitos vêm esta medida como uma tentativa de cortar nas despesas de potênciais nações participantes. Com efeito, pensa-se que ausência da Austrália da Expo 98 em Lisboa, foi motivada pela proximidade geográfica e temporal com a exposição de Sevilha, o que não justificaria o envio de outra representação.

Exposições internacionais ou especializadas

As exposições especializadas seguem temas mais restritos, tal como a ‘Exposição Internacional de Jardins’, realizada em Osaka, Japão em 1990 e em Kunming, China em 1999.Uma exposição especializada ou internacional é normalmente mais pequena e económica quer para a organização, quer para os países participantes, porque os custos arquitectónicos são menores. 

–>Retirado de: http://www.wikipedia.org





Um pouco sobre: A Torre Eiffel

4 05 2007

A Torre Eiffel é um monumento da cidade de Paris, França, sendo reconhecida em todo o mundo como um símbolo da França. Foi construída para a Exposição mundial de 1889 a fim de demonstrar toda a tecnologia dominada na época em estruturas metálicas. Originalmente seria apenas uma estrutura temporária, a ser desmontada com o fim da Exposição. Com seus 317 metros de altura, possuía 7300 toneladas quando foi construída, sendo que atualmente deva passar das 10000, já que são abrigados restaurantes, museus, lojas, entre muitas outras estruturas que não possuía na época de sua construção. Os últimos vinte metros desta magnífica torre correspondem a uma antena de rádio que foi adicionada posteriormente. Recebe o nome de seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel (18321923).

A idéia e o projecto da Torre Eiffel para a exposição universal de 1889 são uma forma de celebração dos cem anos da Revolução Francesa (1789).

 Os 72 nomes da Torre EiffelOs nomes de setenta e dois cientistas, engenheiros e outros franceses notáveis estão gravados em reconhecimento a suas contribuições por Gustave Eiffel. Estas gravações foram cobertas de tinta no começo do século XX, e restauradas em 1986-1987 pela Société Nouvelle d’exploitation de
la Tour Eiffel
, uma compania contratada para negócios relacionados à Torre.

Retirado de: www.wikipedia.org





Hoje é sexta-feira 13!!! O.M.G.!!!

13 04 2007

Sexta-Feira 13

    Segundo o guia dos curiosos essa crendice de azar na sexta-feira que cai num dia 13 é a mais popular entre os cristãos. Explica-se: Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira e, na sua última ceia, havia 13 pessoas à mesa.

    Antes disso, porém, existem versões que provêm de duas lendas da mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

    Segundo outra história, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a friadagr, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos.

     Há também suspeitas de que a crença venha de uma rixa entre o rei francês Filipe, o Belo, e a Ordem dos Templários. No século 14, o monarca decidiu cobrar impostos da Igreja Católico. O papa Bonifácio VIII ficou indignado e o excomungou. Filipe tentou, então, entrar para a Ordem dos Templários. Assim, se reaproximaria novamente da Igreja. Mas não foi aceito. Por vingança, ordenou a prisão e tortura de 5 mil cavaleiros. Isto ocorreu em 13 de outubro de 1307.

A Sexta-feira 13 – Sorte ou Azar?

    “Superstição” vem do latim superstitio, que significa “o excesso”, ou também “o que resta e sobrevive de épocas passadas”. Em qualquer acepção, designa “o que é alheio à atualidade, o que é velho”. Transposto para a linguagem religiosa dos romanos, o vocábulo “superstitio” veio a designar a observância de cultos arcaicos, populares, não mais condizentes com as normas da religião oficial.

    O número 13 é tido ora como sinal de infortúnio, ora de bom agouro.

O número 13

    Símbolo de desgraça, já que 13 eram os convivas da última ceia de Cristo, e dentre eles, Jesus que morreu na sexta-feira foi, conseqüentemente, ligada ao horror que o número 13 provocava nas gerações cristãs. Por isso, muitas pessoas evitam viajar em sexta-feira 13; a numeração dos camarotes de teatro omite, por vezes, o 13; em alguns hotéis não há o quarto de número 13 – este é substituído pelo 12-a. Muitos prédio pulam do 12º para o 14º andar temendo que o 13º traga azar. Há pessoas que pensam que participar de um jantar com 13 pessoas traz má sorte porque uma delas morrerá no período de um ano. A sexta-feira 13 é considerada como um dia de azar, e toma-se muito cuidado quanto às atividades planejadas para este dia.
   Como se vê, a crença na má sorte do número 13 parece ter tido sua origem na Sagrada Escritura. Esse testemunho, porém, é tão arbitrariamente entendido que o mesmo algarismo, em vastas regiões do planeta – até em países cristãos – é, estimado como símbolo de boa sorte.

    O argumento dos otimistas se baseia no fato de que o 13 é um número afim ao 4 (1 + 3 = 4), sendo este símbolo de próspera sorte. Assim, na Índia o 13 é um número religioso muito apreciado; os pagodes hindus apresentam normalmente 13 estátuas de Buda. Na China, não raro os dísticos místicos dos templos são encabeçados pelo número 13. Também os mexicanos primitivos consideravam o número 13 como algo santo; adoravam, por exemplo, 13 cabras sagradas. Reportando-nos agora à civilização cristã, lembramos que nos Estados Unidos o número 13 goza de estima, pois 13 eram os Estados que inicialmente constituíam a Federação norte-americana. Além disso, o lema latino da Federação, “E pluribus unum” (de muitos se faz um só), consta de 13 letras; a águia norte-americana está revestida de 13 penas em cada asa.

As lendas

    Além da justificativa cristã, existem 2 outras lendas que explicam a superstição. Uma Lenda diz que na Escandinavia existia uma deusa do amor e da beleza chamada Friga (que deu origem a friadagr, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em uma bruxa exilada no alto de uma montanha.
Para vingar-se, ela passou a reunir-se todas as sextas com outras onze bruxas e mais o demônio – totalizando treze – para rogar pragas sobre os humanos. Da Escandinava a superstição se espalhou pela Europa.

    A outra lenda é da mitologia nórdica. No valha, a morada dos deuses, houve um banquete para o qual foram convidados doze divindades. Loki o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu o favorito dos deuses. Este episódio serviu para consolidar o relato bíblico da última ceia, onde havia treze à mesa, às vésperas da morte de Cristo. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

O Filme Sexta-feira 13

    Sexta Feira 13 (Friday the 13th), é o filme de terror de maior suspense.

    Conta a história de Jason, que morreu quando era apenas um garoto (13 de junho de 1957) afogado no lago por incompetência dos conselheiros que não estavam atentos as crianças. Ninguém nunca conseguiu encontrar seu corpo.

    Sua mãe começou a matar todos os conselheiros, vários anos depois, no acampamento Cristal Lake, atribuindo-os a culpa por não terem cuidado de seu filho. Ela foi morta por um dos conselheiros mas Jason não estava morto e anos mais tarde ele viria a aparecer para se vingar dos assassinos de sua mãe. Jason usou a máscara de hockey apenas no 3º filme, antes ele usava um pano amarrado ao seu pescoço com um furo para o olho esquerdo. Jason ainda ficou vivo por mais três filmes, onde até fez uma visitinha a New York. Morreu em 1996 quando sua irmã lhe cravou uma adaga sagrada (única combinação de coisas capaz de matar Jason para sempre).

Retirado de www.quediaehoje.net e guiadoscuriosos.ig.com.br





Deus é 10: Padre Marcelo Rossi é o mais vendido de 2006!

6 04 2007

A Associação Brasileira dos Produtores de Discos divulgou a lista de 20 CDs e DVDs mais vendidos do ano passado. Só há um gringo entre os 20 CDs, o grupo mexicano Rebeldes. Isso depois de Kelly Clarkson e James Blunt terem sido os mais tocados em rádio no ano passado. O investimento não compensou. A fé está em alta, com o padre pop star Marcelo Rossi em primeiro lugar com o disco ”Minha benção” (o papa que se cuide). Detalhe: ele não toca em rádio, mas, pelo jeito, tem o melhor marketing… Ana Carolina confirmou sua popularidade, emplacando em quinto seu disco de 2003, “Estampado”, e encaixando em 16º o duplo “Dois quartos”, lançado em  dezembro. E ainda em 15º o DVD gravado com Seu Jorge.

O grupo infanto juvenil Rebelde emplacou três CDs e três DVDs entre os mais vendidos, com a juventude incauta enchendo os cofres da EMI e dos produtores que inventaram o golpe. Na área pop rock um dado interessante foi a predominância de produtos com um bom tempo de lançamento mantendo a força de vendas. E todos com a chancela da MTV, que colocou sete produtos nas duas listas.  O “Acústico MTV” do Kid Abelha, de 2002, ficou em 9º entre os CDs, com o CD “MTV ao vivo” do Jota Quest, de 2003, em 10º . O CD “MTV ao vivo” do Skank, de 2001, ficou em 19º. Os trabalhos mais recentes destas bandas ficaram fora da lista.

Em termos de gravadora, a SONY/BMG  e a EMI fizeram a festa com 12 produtos cada em CDs e DVDs. Depois veio a Som Livre com sete e a Warner Music com três.

Obs: cinco produtos da Sony/BMG são da antiga BMG.

Abaixo a lista:

 CD TOP 20 – 2006

1.       Padre Marcelo Rossi – “Minha Benção” (Sony BMG)

2.       Caio Mesquita – “Jovem Brazilidade” (EMI Music)

3.       Rebelde – “Nuestro Amor” (EMI Music)

4.       Roberto Carlos – “Duetos” (Sony BMG)

5.       Ana Carolina – “Estampado” (Sony BMG)

6.       Bruno & Marrone – “Ao Vivo Em Goiânia” (Sony BMG)

7.       Vários – “Bem Funk – DJ Marlboro” (Som Livre)

8.       Zezé Di Camargo & Luciano – “Diferente” (Sony BMG)

9.       Kid Abelha – “Acústico MTV” (Universal Music)

10.   Jota Quest – “MTV Ao Vivo” (Sony BMG)

11.   Vários – “Belíssima Internacional” (Som Livre)

12.   Marisa Monte – “Infinito Particular” (EMI Music)

13.   Marisa Monte – “Universo Ao Meu Redor” (EMI Music)

14.   Rebelde – “Nosso Amor Rebelde” (EMI Music)

15.   Rebelde – “Live In Hollywood” (EMI Music)

16.   Ana Carolina – “Dois Quartos” (Sony BMG)

17.   Mayck e Lyan – “Defendendo A Tradição” (EMI Music)

18.   Vários – “Páginas Da Vida Internacional” (Som Livre)

19.   Skank – “MTV Ao Vivo” (Sony BMG)

20.   Vários – “Páginas Da Vida Nacional” (Som Livre)

DVD TOP 20 – 2006

1.      Rebelde – “Live In Hollywood” (EMI Music)

2.      Roberto Carlos – “Duetos” (Sony BMG)

3.      Rebelde – “Tour Generation Rbd” (EMI Music)

4.      Rebelde – “Que Hay Detras De Rbd” (EMI Music)

5.      Bruno & Marrone – “Ao Vivo Em Goiânia” (Sony BMG)

6.      Zeca Pagodinho – “Acústico MTV 2  Gafieira” (Universal Music)

7.      Pink Floyd – “Pulse” (Sony BMG)

8.      Xuxa – “O Show Ao Vivo” (Som Livre)

9.      O Rappa – “Acústico MTV” (Warner Music)

10.  Barão Vermelho – “MTV Ao Vivo – Best Of” (Warner Music)

11.  U2 – “2005 Vertigo” (Universal Music)

12.  Roupa Nova – “Acústico 2” (Universal Music)

13.  Roupa Nova – “Acústico” (Universal Music)

14.  Asa de Águia – “Ao Vivo” (Som Livre)

15.  Ana Carolina & Seu Jorge – “Ana & Jorge” (Sony BMG)

16.  Vários – “Amigos” (Som Livre)

17.  Ivete Sangalo – “MTV Ao Vivo” (Universal Music)

18.  O Rappa – “O Silêncio Q Precede o Esporro” (Warner Music)

19.  Caio Mesquita – “Ao Vivo” (EMI Music)

20.  Gino & Geno – “A Galera Do Chapéu Ao Vivo” (EMI Music)

Uau! Surpreendente essa lista! Gino & Geno, hein? Mayck e Lyan, hã? Ué, cadê a Banda Calypso? Tô sentindo falta de algumas bandas ou será só impressão? Acho que está faltando o bom e velho rock ‘n’ roll nessa coisa…

ringovestidodeleao.jpg

Ringo: “-Hum! Concordo…”





Apenas uma curiosidade sobre a invenção da batata frita…

5 04 2007

Você Sabia…

…que a batata frita foi inventada por um médico francês no século XVIII, para servir num jantar em homenagem a Benjamin Franklin? 

Ringo angry

Ringo:”Humm…”






Fernando Sabino: Um Cara Legal.

4 04 2007

Fernando Sabino

“-Oi, eu sou o Fernando Sabino!”

 Nome:
Fernando Tavares Sabino

Nascimento:
12/10/1923

Natural:
Belo Horizonte – MG

Morte:
11/10/2004

 Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, em Belo Horizonte.

Em 1930, após aprender a ler com a mãe, ingressa no curso primário do Grupo Escolar Afonso Pena, tendo como colega Hélio Pellegrino, que já era seu amigo dos tempos do Jardim da Infância. Torna-se leitor compulsivo, de tal forma que mais de uma vez chega em casa com um galo na testa, por haver dado com a cabeça num poste ao caminhar de livro aberto diante dos olhos. Desde cedo revela sua inclinação para a música, ouvindo atentamente sua irmã e o pai ao piano.

Em 1934, entra para o escotismo, onde permanece até os 14 anos.  Disse ele em sua crônica “Uma vez escoteiro“:

Levei seis anos de minha infância com um lenço enrolado no pescoço, flor-de-lis na lapela e pureza no coração, para descobrir que não passava de um candidato à solidão. Alguma coisa ficou, é verdade: a certeza de que posso a qualquer momento arrumar a minha mochila, encher de água o meu cantil e partir. Afinal de contas aprendi mesmo a seguir uma trilha, a estar sempre alerta, a ser sozinho, fui escoteiro — e uma vez escoteiro, sempre escoteiro“.

Com 12 anos incompletos, em 1935, torna-se locutor do programa infantil “Gurilândia” da Rádio Guarani de Belo Horizonte. Freqüenta o Curso de Admissão de D. Benvinda de Carvalho Azevedo, no qual adquire conhecimentos de gramática que lhe serão muito úteis no futuro em sua profissão.

Ingressa no curso secundário do Ginásio Mineiro, onde demonstra grande interesse pelo estudo de Português. Suas primeiras tentativas literárias sofrem influências dos livros de aventuras que vive lendo, principalmente Winnetou, de Karl May, e dos romances policiais de Edgar Wallace, Sax Rohmer e Conan Doyle, entre outros. Nessa época, por iniciativa do irmão Gerson, tem seu primeiro conto policial  estampado na revista “Argus“, órgão da Secretaria de Segurança de Minas Gerais. Passada a primeira emoção vem o desapontamento: o nome do autor, na revista, consta como sendo Fernando Tavares “Sobrinho”.

Em 1938, ajuda a fundar um jornalzinho chamado “A Inúbia” (mesmo sem saber exatamente o que isso vem significar) no Ginásio Mineiro. Ao final do curso, embora desatento, “levado” e irrequieto, conquista a medalha de ouro como o primeiro aluno da turma. Começa a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos nas revistas “Alterosas” e “Belo Horizonte“. Participa de concursos de crônicas sobre rádio e de contos, obtendo seguidos prêmios.

Nadador, em 1939, bate vários recordes em sua especialidade: o nado de costas. Compete e ganha inúmeras medalhas em campeonatos nas cidades de Uberlândia, São Paulo e Rio de Janeiro. Participa da Maratona Nacional de Português e Gramática Histórica, empatando com Hélio Pellegrino no segundo lugar em Minas Gerais e em todo o Brasil. Viajam juntos ao Rio para receber em sessão solene o prêmio das mãos do mineiro Gustavo Capanema, então Ministro da Educação.

Aprende taquigrafia, em 1940, para escrever mais depressa. Começa a ler, com grande obstinação, os clássicos portugueses a partir dos quinhentistas Gil Vicente e João de Barros, entre outros, até os romancistas como Alexandre Herculano, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco. Antes de chegar a Eça de Queiroz e a Machado de Assis, aos 17 anos, está decidido a ser gramático. Escreve um artigo de crítica sobre o dicionário de Laudelino Freire, que tem o orgulho de ver estampado no jornal de letras “Mensagem“, graças ao diretor Guilhermino César, escritor mineiro que se torna amigo de Fernando Sabino e seu grande incentivador. João Etienne Filho, secretário de “O Diário“, órgão católico, é outro a estimulá-lo no início de sua carreira.  Nele publica artigos literários, juntamente com Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, formando com eles um grupo de amigos para sempre.

No período de 1941 a 1944 presta serviço militar na Arma de Cavalaria do CPOR. Inicia o curso superior na Faculdade de Direito. Convive com escritores e, por indicação de seu amigo Murilo Rubião, ingressa no jornalismo como redator da “Folha de Minas“. Orientado por Marques Rebelo, reúne seus primeiros contos no livro “Os Grilos não Cantam Mais“, publicado no Rio de Janeiro à sua própria custa. Bem recebido pela crítica, lhe vale principalmente pela carta recebida de Mário de Andrade, a partir da qual inicia com ele uma correspondência das mais preciosas para a sua carreira de escritor. (veja em Lições do Mestre). Colabora no jornal literário do Rio “Dom Casmurro“, revista “Vamos Ler” e “Anuário Brasileiro de Literatura“.

Em 1942, é admitido como funcionário da Secretaria de Finanças de Minas Gerais e dá aulas, nas horas vagas, de Português no Instituto Padre Machado. Conhece pessoalmente o poeta Carlos Drummond de Andrade, dele se tornando amigo através de correspondência e, mais tarde, no Rio, de convivência.

No ano seguinte é nomeado oficial de gabinete do secretário de Agricultura. Faz estágio de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, período que serviria de inspiração para hilariantes episódios no livro “O Grande Mentecapto“. Inicia uma colaboração regular para o jornal “Correio da Manhã“, do Rio e conhece seu futuro amigo Vinicius de Moraes. Prepara sua mudança para o Rio de Janeiro. Publica o ensaio “Eça de Queiroz em face do cristianismo” na revista “Clima“, de São Paulo (SP).

Integra, em 1944, a equipe mineira na Olimpíada Universitária de São Paulo, como pretexto para conhecer pessoalmente Mário de Andrade. Lêem, em voz alta, os originais da novela “A Marca“, que é publicada em seguida pela José Olympio Editora. Muda-se para o Rio, assumindo o cargo de Oficial do Registro de Interdições e tutelas da Justiça do Distrito Federal. Convive com Rubem Braga, Vinicius de Moraes, Carlos Lacerda, Di Cavalcanti, Moacyr Werneck de Castro, Manuel Bandeira e Augusto Frederico Schmidt, entre outros.

Participa da delegação mineira no Congresso Brasileiro de Escritores em São Paulo, no ano de 1945, onde, durante a sessão plenária de encerramento, em desafio à polícia ali presente, sugere ao publico que seja lida a Moção de Princípios proclamada pelo Congresso, exigindo do ditador Getúlio Vargas a abolição da censura e a restauração do regime democrático no Brasil, com convocação de eleições diretas. Conhece Clarice Lispector, dando início a uma intensa amizade.No ano seguinte forma-se em Direito e licencia-se do cargo que exerce na Justiça, embarcando com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos. Passa a residir em Nova York, trabalhando no Escritório Comercial do Brasil e, posteriormente, no Consulado Brasileiro. Começa a escrever o romance “O Grande Mentecapto“, que só viria retomar 33 anos depois. Colabora com o jornal “Diário de Notícias“, do Rio.

Em 1947, envia crônicas de Nova York para serem publicadas aos domingos nos jornais “Diário Carioca” e “O Jornal“, do Rio, que são transcritas por diversos jornais do resto do país. Começa a escrever “Ponto de Partida” (romance), e outro, “Movimentos Simulados“, os quais não chega a concluir mas que serão aproveitados em “Encontro Marcado“. Realiza uma série de entrevistas com Salvador Dali e faz reportagem sobre Lazar Segal.

Volta ao Brasil em 1948, a bordo de um navio cargueiro que se incendeia em meio a uma tempestade, a caminho de Bermudas. No Rio, é transferido para o cargo de escrivão da Vara de Órfãos e Sucessões. Crônica semanal no Suplemento Literário de “O Jornal“.

Em 1949, escreve crônicas e artigos para diversos jornais brasileiros.  Em 1950, reúne várias delas sobre sua experiência americana no livro “A Cidade Vazia“.

Publicação em tiragem limitada do livro “A Vida Real“, em 1952, composto de novelas sob a inspiração de “emoções vividas durante o sono“. Escreve, sob o pseudônimo de Pedro Garcia de Toledo, diariamente, “O Destino de Cada Um“, nota policial no jornal “Diário Carioca“. Escreve crônicas com o título geral “Aventuras do Cotidiano“, no “Comício“, “semanário independente” fundado e dirigido por Joel Silveira, Rafael Correia de Oliveira e Rubem Braga. Colaboração com a revista “Manchete” a partir do primeiro número, que se prolongará por 15 anos, a princípio sob o título “Damas e Cavalheiros“, posteriormente “Sala de Espera” e “Aventuras do Cotidiano“.

Em 1954 faz campanha política no Recife e em Fortaleza, a convite de Carlos Lacerda. Lança tradução do dicionário de Gustave Falubert. Viaja pelo sul do Brasil em companhia de Millôr Fernandes. Em companhia de Otto Lara Resende, então diretor da “Manchete“, antecipa em entrevista pessoal e exclusiva o lançamento da candidatura do General Juarez Távora à Presidência da República.

Juscelino Kubitscheck, governador de Minas Gerais, também candidato à Presidência, o convida para jantar no Palácio Mangabeiras, em 1955.  Decepcionado com a conversa, assume no “Diário Carioca” a cobertura da agitada campanha de Juarez Távora. Viaja por todo o país — mais de 150 cidades — em companhia do mineiro Milton Campos, candidato a vice.

Em 1956, publica o romance “O Encontro Marcado“, um grande sucesso de crítica e de público, com uma média de duas edições anuais no Brasil e várias no exterior, além de adaptações teatrais no Rio e em São Paulo.

É exonerado, a pedido, em 1957, do cargo de escrivão, passando a viver exclusivamente de sua produção intelectual como escritor e jornalista.  Passa a escrever crônica diária para o “Jornal do Brasil” e mensal para a revista “Senhor“.

O relato da viagem à Europa, feita pela primeira vez por Fernando Sabino em 1959 está no livro “De Cabeça para Baixo“. Comparece ao lançamento de “O Encontro Marcado” em Lisboa, Portugal. Visita vários países, remetendo crônicas diárias para o “Jornal do Brasil“, semanais para “Manchete” e mensais para a revista “Senhor“, perfazendo um total de 96 crônicas em 90 dias de viagem.

Até o ano de 1964, depois de sua volta ao Rio, dedica-se à produção de dezenas de roteiros e textos de filmes documentários para diversas empresas.

Em 1960 faz viagem a Cuba, como correspondente do “Jornal do Brasil“, na comitiva de Jânio Quadros, eleito Presidente da República e ainda não empossado. Faz reportagem sobre a revolução cubana, “A Revolução dos Jovens Iluminados“, constante do livro com que inaugura a Editora do Autor, fundada por ele em sociedade com Rubem Braga e Walter Acosta, ocasião em que também são lançados “Furacão sobre Cuba“, de Jean-Paul Sartre (presente ao acontecimento com sua mulher Simone de Beauvoir); “Ai de ti, Copacabana“, de Rubem Braga; “O Cego de Ipanema“, de Paulo Mendes Campos e “Antologia Poética“, de Manuel Bandeira. Fernando Sabino lança o livro “O Homem Nu” pela nova editora.

Em 1962 publica “A Mulher do Vizinho“, que recebe o Prêmio Cinaglia do Pen Club do Brasil. Seu livro “O Encontro Marcado” é publicado na Alemanha. Escreve o argumento, roteiro e diálogos do filme dirigido por Roberto Santos “O Homem Nu“, tendo Paulo José no papel principal. Posteriormente, a história é novamente filmada, com o ator Cláudio Marzo no papel principal.

No programa “Quadrante”, da Rádio Ministério da Educação, em 1963, Paulo Autran lia crônicas semanais de Sabino e de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Dinah Silveira de Queiroz, Cecília Meireles, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. Uma seleção dessas crônicas foi publicada pela Editora do Autor em dois volumes:”Quadrante 1” e “Quadrante 2“. Como os demais colaboradores de órgãos oficiais, é automaticamente efetivado no cargo de redator do Serviço Público, da Biblioteca Nacional e mais tarde da Agência Nacional, cabendo-lhe a elaboração de textos para filmes de curta metragem. Seu livro “O Encontro Marcado” é editado na Espanha e na Holanda.

É contratado, em 1964, durante o governo João Goulart, para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres. Continua mandando seus relatos para o “Jornal do Brasil“, “Manchete” e revista “Cláudia“. Faz a leitura semanal de uma crônica na BBC de Londres em programa especial para o Brasil.

Em 1965 fica a seu encargo de compor a delegação britânica que participará no Festival Internacional de Cinema no Rio de Janeiro. Comparecem os diretores Alexander Mackendrick, Fritz Lang e Roman Polanski. Representa o Brasil no Festival Internacional de Cinema, em Edimburgo, na Escócia, e no Congresso Internacional de Literatura do Pen club em Bled, na Iugoslávia, onde reencontra Pablo Neruda.

Faz a cobertura, em 1966, da Copa do Mundo de Futebol para o “Jornal do Brasil“. Desfaz a sociedade na Editora do Autor e, com Rubem Braga, funda a Editora Sabiá.

A Sabiá inicia sua carreira de grande sucesso, em 1967, lançando — além dos de seus proprietários — livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Dante Milano, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto, Autran Dourado, Dalton Trevisan, Clarice Lispector, Murilo Mendes, Stanislaw Ponte Preta — e a série “Antologia Poética” dos maiores poetas contemporâneos, não só brasileiros como, também, dos sul-americanos Pablo Neruda e Jorge Luiz Borges. Edita romances de grande sucesso internacional como “Boquinhas Pintadas“, de Manuel Puig, “O Belo Antônio“, de Vitaliano Brancati, “A Casa Verde“, de Mario Vargas Llosa, e toda a obra do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, a partir do famoso “Cem Anos de Solidão“. Seu livro “O Encontro Marcado” é lançado na Inglaterra. Publica o artigo “Minas e as Cidades do Ouro” pela revista “Quatro Rodas“.

No anos seguinte “O Encontro Marcado” é lançado na Inglaterra em pocket-book. No dia 13 de dezembro a Editora Sabiá programou uma festa no Museu de Arte Moderna, no Rio, com o lançamento de vários livros, entre os quais: “Revolução dentro da Paz“, de Dom Hélder Câmara; “Roda Viva“, de Chico Buarque de Holanda; “O Cristo do Povo“, de Márcio Moreira Alves e, fechando com chave de ouro, “Nossa luta em Sierra Maestra“, de Che Guevara. Nesse dia é editado o Ato Institucional que oficializa a ditadura militar e, como não poderia deixar de ser, a festa não se realiza.

Sabino segue para Lisboa, Roma, Paris, Berlim, Londres e Nova York, em 1969, como enviado especial do “Jornal do Brasil“, para uma série de reportagens sobre “O que está acontecendo nas maiores cidades do mundo ocidental“. Publica, pela Sabiá, um livro de literatura infantil: “Evangelho das Crianças“, escrito com a colaboração de Marco Aurélio Matos.

A convite do governo alemão, em 1971, volta à Europa. Realiza reportagem sob o título “Ballet de Márcia Haydée em Stutgart” para a revista “Manchete“. De volta ao Brasil realiza um super-8 curta-metragem sobre Rubem Braga, “O Dia de Braga“, exibido pela TV Globo e que lhe servirá de modelo para os futuros documentários em 35 mm sobre escritores brasileiros.

Em 1972, vende a Sabiá para a José Olympio. Viaja para Los Angeles, onde produz e dirige com David Neves, para a TV Globo, uma série de oito mini-documentários sobre Hollywood, “Crônicas ao Vivo“. Entrevista Alfred Hitchcock e Broderick Crawford. Escreve três reportagens para a “Realidade“.

Com David Neves, no ano seguinte, funda a Bem-Te-Vi Filmes Ltda. Filma “A Ponte da Amizade“, documentário rodado em Assunção – Paraguai, para o Departamento Comercial do Itamaraty, registrando a participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio.  Realiza uma série de documentários cinematográficos “Literatura Nacional Contemporânea“, sobre dez escritores brasileiros: Érico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Jorge Amado, João Guimarães Rosa, Pedro Nava, José Américo de Almeida e Afonso Arinos de Melo Franco.

Em 1974, viaja a Buenos Aires, de onde escreve crônicas para o “Jornal do Brasil“. Em 1975, vai ao Oriente Médio, com David Neves e Mair Tavares, onde produz e dirige o filme “Num Mercado Persa“, documentário sobre a participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio, em Teerã.  Publica “Gente I” e “Gente II“, com crônicas, reminiscências e entrevistas de personalidades de destaques nas letras, nas artes, na música e no esporte.

1976, entre viagens a Buenos Aires, cidade do México, Los Angeles, marca o lançamento do livro “Deixa o Alfredo Falar!“. Participa da Feira do Livro de Buenos Aires. Após 16 anos de colaboração, deixa o “Jornal do Brasil“.

Inicia, em 1977, a publicação de crônica semanal sob o título de  “Dito e Feito” no jornal “O Globo“. Sua colaboração se prolongará por 12 anos sem qualquer interrupção e era reproduzida no “Diário de Lisboa” e em oitenta jornais no Brasil. Viagem a Manaus, da qual resulta no livro “Encontro das Águas“. Com Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga, integra a série “Para Gostar de Ler“.

Vai à Argélia, em 1978, realizar filme sobre Argel e a participação brasileira na Feira Internacional de Indústria e Comércio, intitulado “Sob Duas Bandeiras“. Como em todas as viagens que realiza ao exterior, envia crônicas para o jornal “O Globo“.

Em 1979, retoma e acaba em dezoito dias de trabalho ininterrupto o romance “O Grande Mentecapto“, que havia iniciado há 33 anos, um sucesso literário. O livro servirá de argumento para o filme com o mesmo nome, dirigido por Oswaldo Caldeira e com Diogo Vilela no papel principal. É adaptado para o teatro em Minas e São Paulo.

Publica “A Falta Que Ela Me Faz“. Recebe o Prêmio Jabuti pelo romance “O Grande Mentecapto“. Filma a participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio em Hannover, em 1980.

Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro na categoria de Literatura, concedido pelos Conselhos Estaduais de Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Realiza viagens ao Peru e aos Estados Unidos, e dois documentários em vídeo sobre a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1981.

Em 1982, lança o romance “O Menino no Espelho“, ilustrado por Carlos Scliar, que passa a ser adotado em inúmeros colégios do país. Percorre várias cidades brasileiras, participando do projeto Encontro Marcado, ciclo de palestras de escritores nas universidades provido pela IBM.

Lança o livro “O Gato Sou Eu“, em 1983.

Publica os livros “Macacos Me Mordam“, conto em edição infantil, com ilustrações de Apon e “A Vitória da Infância“, seleção de contos e crônicas sobre crianças, em 1984. Seu livro “O Grande Mentecapto” é lançado em Lisboa.

A Faca de Dois Gumes” é seu novo livro, em 1985. Uma das novelas é adaptada para o cinema, com o mesmo título, dirigida por Murilo Sales.  Escreve uma peça teatral, baseada em “Martini Seco“, encenada no Rio de Janeiro. É condecorado com a Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz pelo governo brasileiro. Publica, no “New York Times“, o artigo “The Gold Cities of Minas Gerais“.

Em 1986, realiza inúmeras viagens: Londres, Tókio, Hong-Kong, Macau e Singapura. Escreve “Belo Horizonte de todos os tempos” para o Banco Francês-Brasileiro.

Publica “O Pintor que Pintou o Sete“, história infantil, a novela “Martini Seco” em edição para-didática, e três seleções: “As Melhores Histórias“, “As Melhores Crônicas” e “Os Melhores Contos“, em 1987.

É lançado “O Tabuleiro das Damas“, um esboço de autobiografia, em 1988. Escreve suas últimas crônicas para “O Globo“, do qual se despede no final do ano.

Em 1989 o filme “O Grande Mentecapto” é premiado no Festival Internacional de Gramado. Novas viagens pelo mundo e o lançamento do livro “De Cabeça Para Baixo“, reportagens literárias e jornalísticas sobre as suas viagens pelo mundo de 1959 a 1986.

No ano seguinte esse filme é exibido no Festival Internacional de Cinema em Washington D.C., e recebe um prêmio. Lança o livro “A Volta Por Cima“.

Em 1991, lança o livro “Zélia, Uma Paixão“, biografia autorizada de Zélia Cardoso de Mello, Ministra da Fazenda no governo Collor, com tratamento literário. Os escândalos em sua vida privada e sua saída do governo foram motivo de grande repercussão entre os brasileiros, criando clima hostil ao escritor. Por ironia do destino, nesse mesmo ano sua novela “O Bom Ladrão”, do livro “A Faca de Dois Gumes“, é lançada em edição extra como brinde ao dicionário de Celso Luft, com tiragem recorde de 500.000 exemplares.

Viaja ao Chile, em 1992, para preparar a edição de “Zélia, Uma Paixão” em castelhano. Edição paradidática de ” O Bom Ladrão”. 

Lança, em 1993, “Aqui Estamos Todos Nus“, uma trilogia de novelas “de ação, fuga e suspense”.

No ano seguinte lança o livro “Com a Graça de Deus“, “uma leitura fiel do Evangelho inspirada no humor de Jesus”.

Em 1995, a Editora Ática relança a seleção, revista e aumentada, de “A Vitória da Infância“, com a qual Fernando Sabino reafirma sua determinação ao longo da vida inteira de preservar a criança dentro de si. Ou, como ele mesmo escreveu: “Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino”.O autor faleceu dia 11 de outubro de 2004 na cidade do Rio de Janeiro. A seu pedido, seu epitáfio é o seguinte: “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino“.

Em 2006, é lançada a 82ª edição de “O encontro marcado”.

BIBLIOGRAFIA:

Os grilos não cantam mais, contos, Pongetti, 1941
A marca, novela, José Olympio, 1944
A cidade vazia, crônicas e histórias de Nova York, O Cruzeiro, 1950
A vida real, novelas, Editora A Noite, 1952
Lugares-comuns, dicionário, MEC – Cadernos de Cultura, 1952
O encontro marcado, romance, Civilização Brasileira, 1956
O homem nu, contos e crônicas, Editora do Autor, 1960
A mulher do vizinho, crônicas, Editora do Autor, 1962
A companheira de viagem, crônicas,Editora do Autor 1965
A inglesa deslumbrada,crônicas e histórias da Inglaterra e do Brasil, Ed Sabiá/1967
Gente, crônicas e reminiscências, Record, 1975
Deixa o Alfredo falar!, crônicas e histórias, Record, 1976
O encontro das águas, crônica irreverente de uma cidade tropical,Editora Record/1977
O grande mentecapto, romance, Record, 1979
A falta que ela me faz, contos e crônicas, Record, 1980
O menino no espelho, romance, Record, 1982
O gato sou eu, contos e crônicas, Record, 1983
Macacos me mordam, conto em edição infantil, Record, 1984
A vitória da infância, crônicas e histórias, Editora Nacional, 1984
A faca de dois gumes, novelas, Record, 1985
O pintor que pintou o sete, história infantil, Berlendis & Vertecchia,1987
Os melhores contos, seleção, Record, 1987
As melhores histórias, seleção, Record, 1987
As melhores crônicas, seleção, Record, 1987
Martini seco, novela, Ática, 1987
O tabuleiro das damas, esboço de autobiografia, Record, 1988
De cabeça para baixo, relato de viagens, Record, 1989
A volta por cima, crônicas e histórias curtas, Record, 1990
Zélia, uma paixão, romance-biografia, Record, 1991
O bom ladrão, novela, Ática, 1992
Aqui estamos todos nus, novela, Record, 1993
Os restos mortais, novela, Ática, 1993
A nudez da verdade, novela, Ática, 1994
Com a graça de Deus, leitura fiel do Evangelho, Record, 1995
O outro gume da faca, novela, Ática, 1996
Obra reunida – 3 volumes, Nova Aguilar, 1996
Um corpo de mulher, novela, Ática, 1997
O homem feito, novela, Ática, 1998
Amor de Capitu, recriação literária, Ática, 1998
No fim dá certo, crônicas e histórias, Record, 1998
A Chave do Enigma, crônicas, Record, 1999
O Galo Músico, crônicas, Record, 1999
Cara ou Coroa? (júnior), crônicas, Ática, 2000
– Duas Novelas de Amor,
novelas, Ática, 2000
Livro abertoPáginas soltas ao longo do tempo, crônicas, Record, 2001
Cartas perto do coração, correspondência com Clarice Lispector, Record, 2001.
Cartas na mesa, correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, Record, 2002.
Os caçadores de mentira, história infantil, Rocco, 2003.
Os movimentos simulados, romance, Record, 2004.
-www.releituras.com

PRÊMIO:– Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o  maior prêmio literário do Brasil, “Machado de Assis”, pelo conjunto de sua obra.

O valor do prêmio, R$40.000,00, foi doado pelo autor a instituições destinadas a crianças carentes. O desembargador Alyrio Cavallieri, ex-juiz de menores, revelou que em 1992, todos os direitos recebidos pelo autor do polêmico livro “Zélia, uma paixão” também foram distribuídos a crianças pobres.


Dados obtidos em livros do autor e de “Quadrante II”, Editora do Autor, 1968, de “Obra Reunida”, Ed. Nova Aguilar – Rio de Janeiro,m e “Fernando Sabino – Perfis do Rio”, Relume Dumará, Rio de Janeiro, 2000.





O Homem Nu (Fernando Sabino).

3 04 2007

O Homem Nu

Fernando Sabino 


Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares…  Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo… Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido… Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: “Emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu…

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.

Este texto foi uma dica da professora Daniela de Redação que leu o mesmo para a turma há algum tempo atrás.





Love and peace in the Octopus’s Garden Land!

2 04 2007

 ABRIL

Abril é o quarto mês do ano.Tem 30 dias e seu nome vem do latim “aprillis”(abrir), que se supõe que quer dizer“mês em que as terras se abrem” para a semeadura.

(Hum… Esclarecedor…)

Bom, meus amores eu só passei aqui para dizer que quem quiser expor algum conteúdo no jornal (textos, imagens, desenhos, pedidos de beijo, classificados, etc.) só tem até o dia quatro de abril de dois mil e sete. Entregar para qualquer membro da Chapa. Por favor colaborem!

Quem quiser patrocinar (ou quem sabe “paitrocinar”, ou até “professortrocinar”) o jornal é só falar com os representantes.  

Bom, e isso é tudo pessoal!

Ringo, Pomba.

  Ringo: “- Love and peace in the Octopus’s Garden Land!”